A Receita Federal e a Polícia Federal deflagraram, com autorização judicial, a Operação TANK, que desmantelou uma rede criminosa responsável por lavagem de dinheiro, contrabando de produtos químicos e sonegação fiscal envolvendo postos e distribuidoras de combustíveis. As ações foram realizadas nos estados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, com o cumprimento de 43 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de prisão preventiva.
As investigações começaram em 2023, no Paraná, após a identificação de um homem já condenado por tráfico internacional e sua esposa ostentando bens de alto valor em um condomínio de luxo em Pinhais (PR), sem justificativa de renda compatível. Segundo as forças policiais, o casal se associou a outras pessoas para operar ilegalmente uma empresa de produtos químicos e uma distribuidora de petróleo, cujas sedes estavam localizadas em Pinhais (PR) e Paulínia (SP).
De acordo com as investigações, o grupo utilizava empresas do setor de combustíveis, distribuidoras e instituições de pagamento para lavar dinheiro, empregando mecanismos como as chamadas “contas-bolsão”. Também foram encontrados indícios de adulteração de combustíveis e fraudes nas quantidades vendidas, em um esquema conhecido como “bomba-baixa”. Ao todo, o grupo controlava 46 postos de combustíveis na cidade de Curitiba.
As autoridades informaram que o grupo ocultou e dissimulou a origem ilícita de aproximadamente R$ 600 milhões por meio de depósitos fracionados em espécie e não identificados. Muitos desses valores foram justificados falsamente como adiantamentos de clientes. Além disso, pelo menos 121 empresas realizaram depósitos na ordem de R$ 1,4 bilhão para a distribuidora ligada ao grupo, sem justificativa ou documentação que respaldasse tais transações. A movimentação financeira total das empresas ligadas à organização supera R$ 20 bilhões.
A Receita Federal apontou ainda que o grupo acumulou dívidas tributárias inscritas em dívida ativa superiores a R$ 1,6 bilhão, incluindo autuações relacionadas à sonegação fiscal e fraudes em importações. “Esses valores ajudam a demonstrar a escala das operações realizadas por essa organização”, destacaram os investigadores.