Um levantamento recente divulgado pelo portal O Campinense, com dados obtidos via Lei de Acesso à Informação, expõe um montante expressivo gasto com a saúde de parlamentares brasileiros. Entre 2019 e 2025, deputados e senadores receberam nada menos que R$ 100,5 milhões em reembolsos médicos.
Os números detalham que, na Câmara dos Deputados, foram destinados R$ 39,7 milhões para cobrir despesas de saúde de 584 parlamentares. O Senado Federal, por sua vez, registrou um gasto ainda maior, totalizando R$ 60,8 milhões.
Um ponto que chama a atenção é a ausência de um limite para a quantidade de pedidos de reembolso, embora haja um teto de R$ 135,4 mil por nota fiscal na Câmara. Essa informação, divulgada inicialmente pelo portal Cláudio Dantas, levanta questionamentos sobre o controle e a justificativa para valores tão elevados, especialmente considerando que muitos parlamentares possuem planos de saúde que já cobrem hospitais renomados como Sírio-Libanês, Albert Einstein e Rede D’Or.
Ainda segundo o levantamento, a falta de transparência nos processos de reembolso é uma questão recorrente. A dificuldade em rastrear e detalhar os gastos individuais dificulta a fiscalização por parte da sociedade.
É importante ressaltar que, conforme informações do Correio Braziliense, o ato da Câmara que instituiu os reembolsos é de 2013. Em 2021, o limite máximo por despesa médica foi aumentado de R$ 50 mil para os atuais R$ 135,4 mil, com a justificativa de acompanhar a inflação médica.
A situação levanta um debate importante sobre a utilização dos recursos públicos e a necessidade de maior clareza nos gastos com a saúde dos representantes eleitos. Enquanto a população muitas vezes enfrenta dificuldades no acesso à saúde pública, cifras milionárias são destinadas ao reembolso de despesas médicas de parlamentares que já dispõem de assistência de qualidade.
A sociedade aguarda um maior detalhamento e transparência em relação a esses gastos, para que possa haver um debate informado sobre a adequação e a responsabilidade no uso do dinheiro público.