Em uma reviravolta que pegou muitos investidores de surpresa, as ações da C&A Modas (CEAB3) registraram uma valorização expressiva na bolsa de valores, mesmo após a companhia reportar uma queda significativa de 94,3% no lucro líquido do primeiro trimestre de 2025, totalizando R$ 4,1 milhões. Essa reação aparentemente contraditória do mercado tem uma explicação que reside nos detalhes do balanço e nas expectativas futuras para a varejista de moda.
Apesar da forte retração no lucro líquido em comparação com o mesmo período do ano anterior, ao analisar o resultado de forma ajustada, a C&A apresentou um lucro de R$ 2,5 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 61,4 milhões registrado no primeiro trimestre de 2024. Esse ajuste, que exclui alguns efeitos não recorrentes, sinaliza uma melhora na performance operacional da empresa.
Outro ponto crucial que animou o mercado foi o desempenho do EBITDA ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que alcançou R$ 244,5 milhões, representando um aumento de 35,4% em relação ao mesmo período do ano passado. A margem EBITDA também apresentou uma melhora considerável, subindo 2,7 pontos percentuais para 15,2%. Esse crescimento do EBITDA indica uma maior eficiência operacional e uma capacidade da empresa de gerar caixa.
Analistas de mercado apontam que a reação positiva das ações reflete uma visão otimista em relação ao futuro da C&A. Bancos como o Itaú BBA e o Bradesco BBI destacaram que a empresa ainda possui um grande potencial de crescimento, especialmente ao buscar equiparar sua produtividade à de seus principais concorrentes. Caso essa equiparação se concretize, alguns analistas estimam que a C&A poderia dobrar seus lucros nos próximos anos.
Além disso, o mercado parece ter enxergado na atual cotação das ações uma oportunidade de entrada. Com a melhora observada nas margens e na eficiência operacional, há uma expectativa de que a C&A ainda tenha espaço para revisões positivas nos lucros por ação e para ganhar mais participação no mercado de moda. A varejista também tem investido em áreas como a digitalização e a modernização de suas lojas, o que pode impulsionar ainda mais seus resultados futuros.
Em resumo, embora o lucro líquido tenha sofrido uma queda expressiva no primeiro trimestre, o mercado parece estar olhando para os sinais de melhora na rentabilidade operacional da C&A, o forte crescimento do EBITDA e as perspectivas futuras positivas, impulsionando a valorização de suas ações.