Em pleno inverno, o paranaense tem vivido uma verdadeira montanha-russa climática. Após o registro de geadas que pintaram de branco a paisagem em diversas regiões do estado, o cenário está prestes a mudar de forma drástica. Uma intensa massa de ar seco e quente avança sobre o Sul do Brasil, prometendo elevar as temperaturas a níveis raramente vistos para o mês de agosto, especialmente em Curitiba, que pode enfrentar picos de até 34°C.
A mudança abrupta, que surpreende até os mais acostumados com o tempo instável da capital, é resultado de um sistema de alta pressão atmosférica. Este fenômeno atua como um bloqueio, impedindo o avanço de frentes frias e promovendo um aquecimento contínuo e acentuado ao longo dos dias. O resultado é o que os meteorologistas chamam de “veranico”, um período de calor e tempo seco em meio a uma estação fria.
Segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), essa não será uma onda de calor comum. As temperaturas previstas estão significativamente acima da média histórica para o período, o que acende um alerta não apenas para o desconforto, mas também para questões de saúde pública e para o meio ambiente. A baixa umidade relativa do ar, que acompanhará o calor intenso, exige atenção redobrada com a hidratação e a saúde respiratória.
Essa gangorra térmica, que nos leva do frio congelante da geada ao calor do deserto em questão de dias, é um reflexo das mudanças nos padrões climáticos globais. Para o cidadão, fica o desafio de se adaptar: guardar os casacos pesados e preparar o protetor solar, enquanto se questiona sobre um futuro onde os extremos climáticos parecem ser a nova regra. As autoridades recomendam que a população evite a exposição direta ao sol nos horários de pico e dê atenção especial a crianças e idosos.